No dia 3 de junho foi publicado no site da Folha uma matéria a respeito do “Território do Brincar”, documentário feito por David Reeks e Renata Meirelles, em parceria com o instituto Alana, que retrata como brincam as crianças em todo o território brasileiro, principalmente em comunidades mais pobres e afastadas. Longe de mostrar uma infância regada a televisão, celulares e brinquedos tecnológicos, a realidade exibida é a de crianças que constroem os próprios brinquedos e encontram com sua fértil imaginação as mais diversas formas de se divertirem.
Também conheci recentemente o trabalho da Kitopeq, que desenvolve brinquedos feitos em madeira de reflorestamento, artesanalmente e com um visual bem original. No site há um catálogo dos produtos e fiquei simplesmente encantada. Na era da tecnologia, creio que é muito mais fácil (pelo menos para mim) se impressionar com atitudes sustentáveis como essa, que resgatam a simplicidade e estimulam a imaginação infantil, do que com essas novas versões de celulares que saem a cada ano, sempre desatualizando as antigas e induzindo os consumidores a aderirem as novidades. Crescendo em meio a tamanho desenvolvimento tecnológico, não é de se espantar que, cada vez mais cedo, as crianças queiram fazer parte desse universo.

Estou longe de ser contra a tecnologia; também não estou dizendo que não concordo com o fato de que ela traz benefícios e imensas facilidades na vida das pessoas. Com ela, o ser humano mostra sua capacidade em se adaptar as mais diversas condições, utilizando para isso toda a sua inteligência e raciocínio. Contudo, sei que, assim como algumas pessoas possuem um acesso ainda maior do que o meu à tecnologia e seus benefícios, em muitos lugares as pessoas não possuem acesso algum. E as crianças continuam tendo a necessidade de se divertir, criando seus brinquedos e enxergando mil possibilidades em um simples objeto, transformando a realidade onde vivem da maneira como bem entendem, e aproveitando sua infância em meio a qualquer adversidade.
A infância é a única fase da vida em que uma pessoa brinca; adultos jogam videogame, sim, mas adultos não brincam. Parece algo óbvio de se dizer, eu sei; mas parando para pensar, brincar é ou não algo essencial para nosso desenvolvimento como seres humanos? Assim como as crianças que não possuem acesso a tecnologia, as que possuem merecem viver a experiência de poder explorar o mundo com olhos que são perdidos conforme a idade avança, na grande maioria dos casos. Por isso, creio que seja necesserário proporcionar a elas meios de entrarem em contato com brinquedos que, muito mais do que distrair e entreter, desafiem e estimulem sua imaginação, para que a infância possa ser vivida da maneira plena como deve ser.
Quem se interessar pelos brinquedos de madeira mencionados, é só clicar aqui para encontrar produtos da Kitopeq no site Turma do Hippo.
Para ler a matéria completa no site da Folha a respeito do documentário “Território do Brincar”, clique aqui.
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Sempre achei que adultos brincassem… Penso que sim, que adultos também brincam. Mas eles já têm noção do ontem, do agora e do amanhã. As brincadeiras dos adultos tem outros fins…. Por exemplo, criar um ambiente mais agradável… Elas têm utilidades… Para as crianças brincar é viver e viver é brincar… não existe o ontem e nem o amanhã… existe o agora. Brincadeiras infantis não têm utilidades imediatas… embora a psicologia possa detectar mecanismos intermediários que influenciam o jeito e o porquê das brincadeiras infantis. Abrs.
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Bem legal sua opinião! Acho que as crianças tem uma simplicidade que deve ser vivida ao máximo, antes que cresçam e os “problemas reais” apareçam. Não significa que os adultos não possam aproveitar a sua maneira, muito pelo contrário. Muitas pessoas mantém o espírito jovem e acho isso admirável.
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Gostei do assunto, de fato criar um brinquedo é divertido.
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Obrigada!